segunda-feira, 14 de setembro de 2009

SOU UMA BESTA

Chamo-a.
Não responde.
Chamo-a novamente.
Nada?
Chamo-a com o tom de voz ainda mais alto.
Tão mais alto que não faz um degrade de volume, ou seja, passa do 13 para o 31.
Uma estupidez.
Vêm a correr em minha direcção assustada.
Aquela cara linda.
Está de olhos e boca aberta.
Quase de um pavor.
Ao mesmo tempo de ignorância.
O que passa?
Pensa ela.
Mantenho a estupidez.
E dou-lhe o raspanete que tinha de dar com a razão.
Mas esta perdeu-se.
Ela aceita-o.
Não discute e fica no seu quartinho.
Caramba!?
Foda-se!?
Sou uma BESTA.
Mas porquê?
Respiro.
Na sala e longe, muito longe dela.
Levo eu, um raspanete da V. também.
Este em Double-Surround.
Com e sem razão oiço.
Penso eu.
Vou ao quarto.
Onde está, onde a mandei estar.
Quieta.
Não se mexe.
Olha-me.
Olho-a com olhos de Pai.
Abre os braços e beija-me
Beijo-a com o carinho infinito.
Diz-me;
AMOPAI.
Morri.
Não sei bem o que aconteceu, não sei bem o que vai ser, mas sei que também,
Amo a filha.
Nem imaginas quanto.
Não precisas.
A minha vida é pouco por ti.